Sforzando é um termo ligado à música.
Espetáculo com o título Sforzando, terá que estar ligado à música.
Quando vejo publicadas no facebook de uma amiga fotos dos ensaios deste espetáculo, saltou-me a curiosidade e logo pensei: tenho que ir ver!
Hoje foi o dia de matar a curiosidade. Fui ver o espetáculo.
Promovido pelo CCC (Centro Cultural e Congressos nas Caldas) este espetáculo juntou teatro e música. A música ficou à responsabilidade da Banda Comércio e Indústria das Caldas da Rainha com respetivos músicos e maestro. Acontece que estes músicos, além da música que executaram, também representaram. (E que bem cumpriram as suas tarefas!)
A sinopse diz-nos "Sforzando, um espetáculo que fala da força da música e da capacidade inventiva de uma banda que insiste em tocar mesmo quando tudo está a cair à sua volta. Em ruínas ou a ruir, esta pode ser a metáfora de um quotidiano que nos é tão familiar. Onde para se sobreviver é preciso reinventar, lutar, criar, acreditar, e estar atento para não se ser atingido com pedras que caiem de todos os lados, de bocados que se rompem aos poucos. E que não podem ser reconstruídos porque falta sempre alguma coisa: dinheiro, estímulo, força, convicção, comunicação, revolução, união...
Uma viagem musical que procura comover, fazer sorrir, rir. E que através do absurdo, da poesia, do movimento e da música fala da vida."
Espetáculo rico em cor, movimento e música!
Fala-nos da cidade Sforzando, cujos habitantes, perante todas as contrariedades, insistem em fazer música. As dificuldades são muitas: falta de condições para ensaiar, instrumentos que se estragam, palhetas que se partem, baquetas que se partem, também, músicos que querem outro instrumento, vontade em contratar a banda mas não há orçamento para tal... (uma realidade que durante 30 anos fez parte da minha vida).
Fala-nos da cidade Sforzando, cujos habitantes, perante todas as contrariedades, insistem em fazer música. As dificuldades são muitas: falta de condições para ensaiar, instrumentos que se estragam, palhetas que se partem, baquetas que se partem, também, músicos que querem outro instrumento, vontade em contratar a banda mas não há orçamento para tal... (uma realidade que durante 30 anos fez parte da minha vida).
No entanto a força de vontade, a família que se cria ao fazer parte de um grupo destes, ajuda a ultrapassar as dificuldades e a seguir em frente.
Mas nem só da realidade das bandas falou este espetáculo, alerta-nos também para a nossa necessidade em lutar por aquilo que gostamos, queremos e acreditamos.
Do movimento, guardo a imagem daquele grupo de músicos em fila, que muito bem representa a saída de uma lugar à procura de uma "vida melhor", a percorrer vezes sem conta a frente do palco, de uma ponta à outra. Nesse percurso o ar desolado de mais uma derrota, o medo do futuro incerto para o qual se caminha, mas a esperança de um amanhã melhor.
Um espetáculo musicalmente rico e bem interpretado, com uma mensagem a pôr em prática.
No final a sensação de uma tarde bem passada, em que o riso esteve muito presente, apesar de entre uma risada e outra dar para pensar.