quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Salinas de Rio Maior

Hoje saí de casa com destino às Salinas de Rio Maior.

Habituada a ver salinas perto da praia, estas despertam a curiosidade pela distância a que se encontram do mar.

Situadas no sopé da Serra dos Candeeiros, podemos encontrar junto destas casa típicas de madeira, onde podemos adquirir artesanato variado, bem como o famoso sal. Temos sal simples e com diferentes temperos para os mais variados cozinhados.

Ao procurar mais informações sobre estas salinas, descobri este site http://salinasderiomaior.pt/  onde podemos fazer uma visita virtual à salinas e encontrar informação detalhada do espaço. No entanto aconselho vivamente a visita no terreno. Será, por certo, uma manhã ou tarde bem passada, além de ainda poder degustar o famoso café da avó acompanhado pela bela filhós.

Poço


Sal a secar


Pormenor das salinas


Pormenor das salinas

Pormenor das salinas


"Pedrinhas" de sal


Flor de sal


Sal na Cooperativa


Pedra de sal


Queijo de sal


Maqueta das salinas 

História e Produção
O documento mais antigo que faz referência às salinas data de 1177, no entanto pensa-se que o aproveitamento do sal-gema fosse feito desde a Pré-História.

Dada a natureza calcária da serra dos Candeeiros, tem imensas falhas na rocha fazendo com que as águas das chuvas formem cursos de água subterrâneos. Esta água atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água cerca de sete vezes mais salgada que a do mar.

Inicialmente a água era retirada do poço através de duas picotas. Hoje em dia é retirada através de uma moto-bomba e distribuída pelos “talhos” de produção.

A evaporação nos talhos dá-se entre três a seis dias. O sal é raspado com pás (antigamente com rodos de madeira) e posto na eira a secar durante 60 horas.


Posteriormente é levado em carro de mão, ou às costas, até um sem-fim ou um “Dumper” que o transporta para a Cooperativa ou para os armazéns dos salineiros particulares.


Não levando qualquer tratamento químico, deve a sua pureza à ação da natureza no subsolo (dissolução do sal-gema em água doce), ao sol, ao vento e ao trabalho do Salineiro.


Sal-gema de Rio Maior
O complexo aquífero que atravessa a formação diapírica do anticlinal ou Vale Tifónico da Fonte da Bica, dissolve o Sal-gema sendo, esta salmoura, recolhida no poço das Salinas. Ao chegar aqui apresenta uma salinidade sete vezes superior à água do mar. 


Talhos
Os cerca de 470 "talhos" existentes, cuja área varia entre os 35 e os 50m2, correspondem às diversas divisões ou unidades, regra geral retângulos, quadrangulares e trapezoidais, onde o sal se produz, por evaporação.



Eiras
Após a recolha nos “talhos”, o sal é colocado nas “eiras”onde fica a perder o excesso de água antes de ser transportado para os armazéns.


A grande maioria das “eiras” corresponde a estruturas de madeira colocadas num dos cantos dos “talhos” ou sobre os “esgoteiros”. Em regra ficam próximas das “baratas” de modo a facilitar o acondicionamento do sal e o seu transporte (carreto).
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Regueiras
Designação dos vários canais de transporte de água salgada que percorrem as salinas.

Na maioria do seu percurso, acompanham as “baratas” mas por vezes eram estendidas ao longo de alguns dos talhos de modo a permitir a chegada de água aos talhos mais afastados das “baratas”.
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Babeiros
São o meio de estrada da água salgada das "regueiras" para os "talhos" e "esgoteiros".

Baratas
Foi o nome dado pelos salineiros aos caminhos existentes no interior das salinas.
As “baratas” percorrem toda a área das salinas e permitem a circulação de pessoas e o transporte do sal produzido.

Inicialmente as “baratas” eram de terra batida, mas por questões de higiene e maior segurança de circulação foram sendo progressivamente cimentadas.
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Esgoteiros
Os “esgoteiros” são reservas de água salgada onde os salineiros se abastecem, enquanto não chega a sua vez, de acordo com a “Lei”.

Para além de servirem como reserva estratégica, permitem que a água aí depositada ganhe maior salinidade ou “aqueça”.

Barrocas ou pias
Presente em todos os “talhos”, a “barroca” corresponde a uma depressão ou bacia escavada, normalmente situada em frente do “babeiro” ou a um dos cantos do “talho”.

A posição destas coincide com o local onde o “talho bebe” (recebe a água) da “regueira”, pelo “babeiro” ou pela “calha” evitando que a água provocasse danos no fundo argiloso do “talho”.


A água acumulada nas “barrocas” é utilizada para “regar” os “talhos” (ato de lançar água sobre o sal já cristalizado, com o auxílio de um “cabaço” ou balde).
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(in http://salinasderiomaior.pt/ - Consultar e visitar para ficar a conhecer melhor estas salinas)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ser professor

Há dias "tropecei" nesta definição de professor:

Fiquei a pensar.
Realmente ser professor é um desafio. 
Ser professor é:
- ter a profissão mais invejada (pois estão sempre de férias), a qual todos têm oportunidade de alcançar, mas "poucos" o fizeram.
- nunca deixar de ser aluno, pois aprende-se todos os dias.
- ter coragem para, depois de sair do local de trabalho, continuar a trabalhar para a escola.
- ser capaz de acumular funções: pai/mãe/filho/avô/avó; dona de casa; psicólogo; "padre"; auxiliar da ação educativa; "funcionário(a) de secretaria"; diretor(a) de turma; ...
- assumir a responsabilidade de transmitir conhecimentos a 28 alunos em simultâneo com características e interesses muito diferentes.
- fazer a diferença!


Ser professor é:
- chegar ao verão, gozar o seu "período" de descanso, bem merecido, a pensar para onde irá levar as malas no dia 1 de setembro.
- conseguir manter um sorriso no rosto quando todos perguntam se já saíram os resultados do concurso.
- conseguir manter a calma perante todos, apesar de estar em erupção lá por dentro. 
- ver os dias a passar sem poder projectar o amanhã.
- ter consciência que, mais uma vez, o arranque do ano letivo será um turbilhão de acontecimentos impossíveis de contornar/controlar permitindo chegar ao 1.º dia de aulas completamente desgastado.

Enfim, ser professor é fácil!