As coisas que nós descobrimos a trabalhar com crianças pequenas.
Enquanto uns nos acham velhos para ainda termos avós, outros acham-nos muito novos e tratam-nos pelo nome.
O que se passou hoje deixou-me, de certa forma, babada, apesar de ter consciência que para muitos colegas seria uma dor de cabeça!
Ao chegar à escola, depois do almoço, vêm duas alunas do 1.º ano (que não são minhas alunas) a correr na minha direção e a chamar pelo meu nome. Penduraram-se em mim a pedir o beijinho da praxe!
Acedi aos seus pedidos e continuei em direção ao edifício da escola. Passo a porta do mesmo e vem mais um aluno (agora rapaz), também do 1.º ano, a correr na minha direção e a gritar o meu nome. Cumprimenta-me com um acenar de cabeça, depois de me abraçar e segue o seu caminho.
Ganhei o dia com estas 3 crianças, que nem sequer são meus alunos.
Chego à sala e explico aos meus alunos que terei de deixar o telemóvel ligado porque estou à espera de uma chamada importante, dado que a minha avó foi para o hospital à hora do almoço.
Escândalo!!!!!! Não porque tenho que atender o telemóvel:
- Ó professora, nós percebemos. Isso não acontece todos os dias.
- É uma situação diferente. Vão-te telefonar para dar notícias.
Mas escândalo porque:
- Ó professora, mas tua ainda tens avós?
- Estás a dizer que eu sou velha?
- Não! Mas tu ainda tens avós?
Entretanto outros escândalizados com as perguntas do colega, já rematavam:
- Cala-te! Toda a gente tem avós, só que uns já morreram.
- Claro que a professora tem avós. Olha que pergunta!
Escusado será dizer que durante mais alguns minutos houve histórias de avós e netos, uns que ainda tem todos os avós vivos, outros que não conheceram os seus avós. Daí o escândalo. Se eles não conheceram os avós e são novos, porque é que a professora ainda tem avós?
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