terça-feira, 25 de novembro de 2014

Orgulhosamente refastelada no sofá

Há dias assim!
Longos, compridos, uma infinidade de coisas para fazer... mas no final tudo se faz e chegamos ao fim do dia com um sentimento de satisfação que nos enche o peito. Hoje foi um dia desses!
Saí de casa para mais um dia de aulas e reuniões, igual a tantos outros. Nada fazia prever que no final ficaria tão satisfeita. Terça-feira, ainda anestesiado pelo início da semana que é sempre difícil, 2 blocos de 90 de aulas para dar, 45 minutos para almoçar, reduzidos a 20 porque pelo meio atendi uns encarregados de educação que vieram assinar uns documentos necessários, mais uma aula de 45 com os alunos da Unidade de Multideficiência, outra aula de 45 minutos de Cidadania, mais uma aula de 60 minutos de Musica AEC no 1.º ciclo, uma reunião extraordinária, uma aula de piano e uma caminhada de 50 minutos...
E como é que chego a esta hora descansada? Aí está a questão!
Aula com os alunos da Unidade dedicada aos maravilhosos tubos musicais "boomwhackers" com tempo para uma filmagem da aula.


Este conjunto de tubos, em que cada tubo reproduz uma nota musical ao ser percutido seja no chão, no joelho, na perna, ou... estava a ganhar pó na arrecadação da sala de música. Olhei para eles, espirrei porque também tenho alergias (sim, qualquer pessoa (a)normal tem uma ou mais alergias) e levei-os comigo para a aula na Unidade. No primeiro dia a reação foi... não sei explicar. Desde uma risota pegada, à curiosidade, em querer simplesmente bater e bater para ouvir os sons, aconteceu de tudo.
Lanço um desafio: "Vamos tocar as pombinhas da Cat'rina com os tubos! Sigam as indicações." E lá começo a distribuir sinais e eles a tocar. Uma risota pegada, pois as pombinhas estavam depenadas e o voo estava mais do que incerto. Mas insistimos, até porque somos persistentes, para não dizer teimosos. No final já havia pombinhas com penas.
Algumas aulas passaram e o desempenho foi melhorando. A professora que trabalha regularmente com estes alunos teve a brilhante ideia de os colocar em fila, pela ordem da escala, de forma a que cada aluno conseguisse percutir o tubo na cabeça do colega que estava à frente. (Percutir na cabeça dá uma sonoridade muito melhor aos tubos!) Resultado? Sai um comboio de alunos, 8 tubos às cores e vamos acertar na cabeça do colega da frente.
Só vendo! Risota de quem dá e de quem apanha! Por vezes nem se ouviam os sons tal era a riso espontâneo daqueles alunos.
Hoje decidimos filmar. Só mesmo assistindo dá para perceber a felicidade daqueles alunos em reproduzir uma simples música, em que cada um está responsável por uma nota. Assim vale a pena trabalhar!
Aulas quase despachadas e reunião terminada, vem o desafio de ensinar a tocar piano a um adulto.
Estou muito satisfeita com este aluno. Além de assumir que estuda diariamente, o que é verdade porque os resultados "saltam aos ouvidos", tem uma facilidade em colocar as mão sobre o teclado e em assimilar a informação dada que parece uma esponja a absorver água! Temos pianista muito em breve!
Chego a casa, mudo de roupa e vou caminhar. Entre a boa disposição das caminhantes (só mulheres), o fresco da noite, o passo acelerado com algumas paragens para ver as montras e descobrir que a moda e preços estão aquém dos nossos gostos e possibilidades, o regresso a casa, um banho quente e sofá... Sinto que o dia foi produtivo e muito bom!
Dias assim vale a pena viver!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Conformismo/Comodismo

Cada vez mais me preocupa a inércia que as pessoas têm perante a sua vida. Sabem que não está fácil, que as dificuldades aparecem que nem formigueiros por debaixo de uma pedra, que as contrariedades anseiam por uma baixa de guarda para atormentar o que se pensava encaminhado. Mas... no final deixam-se andar, continuam nesse caminho incerto, inseguro e muito irregular.
Parece-me que somos demasiado pacíficos, não no verdadeiro sentido de paz, mas mais na falta de coragem para arregaçar as mangas e lutar por aquilo que acreditamos e temos a certeza de ser o melhor!
Daí, conformamo-nos com as situações que não nos agradam e deixamos andar. Acomodamo-nos a elas e enganamo-nos a nós próprios, tentando convencermo-nos, a toda a hora, que a atitude tomada é a melhor.
Na verdade a atitude tomada não foi nenhuma, apenas nos deixamos ficar, pois contrariar o que estava a contrariar a nossa forma de pensar, de ser, de querer, de acreditar era demasaido trabalhoso. Então, por comodismo, decidimos conformar-nos com a situação que não nos agrada.
Perante este conformismo/comodismo acabamos por nos esquecer de viver e lutar por aquilo em que acreditamos, deixamos de ser nós próprios. Mais tarde, por vezes tarde demais, decobrimos que seguimos o caminho errado, e, mais uma vez, porque achamos que agora já não vale a pena, deixamos continuar.
Infelizmente conheço várias pessoas assim. Não sei se eu própria não estarei também neste grupo. Mas de uma coisa eu tenho a certeza: não pretendo chegar a um futuro, mais próximo ou não, nas mesmas condições que algumas das pessoas que conheço. O conformismo e comodismo a que se habituaram a ceder ao longo dos anos fez com que não vivessem e apenas sobrevivessem no meio dos que as rodeiam. Um dia acordaram, olharam-se ao espelho e não se reconheceram. Olharam em volta e não conseguiram perceber como se deixaram permanecer nesta forma de vida tanto tempo. Mas o conformismo e comodismo voltam a ser mais fortes e mesmo tendo dificuldade em aceitar o que estão a viver, decidem continuar porque foi sempre assim que viveram.



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Courgette recheada

E hoje o almoço foi diferente.
Com a aparição das courgettes lá no quintal e no quintal da vizinha, há que dar largas à imaginação e utilizá-las para além da sopa.
Lá venho eu armada com uma courgette das grandes e... decidi recheá-la.
Lavei-a por fora, fiz-lhe um corte ao meio no sentido longitudinal e com uma colher retirei o miolo.

Enquanto o fazia, coloquei ao lume uma frigideira com um fio de azeite, cebola picada, alho picado, cenoura cortada em cubinhos e tomate cortado também em cubinhos e deixei a refogar.

Posteriormente juntei-lhe um quarto do miolo da courgette picada em cubinhos. (1/4 porque ela era enorme!)

Depois juntei-lhe a carne picada, temperada com sal, pimenta, vinho branco e um pouco de coentros (apeteceu-me inventar) e deixei cozinhar.
Entretanto coloquei a courgette (tive que cortar cada metade ao meio) com um pouco de sal a levar uma fervura rápida.
Por fim, lá retirei a carne, envolvi-a num pouco de uma especie de natas de soja e acrescentei-lhe ums cogumelos lamindados.

Recheei os quartos de courgette, "polvilhei-as" com queijo ralado e forno com elas.

Fiz um arrozinho de açafrão com umas ervilhas perdidas para acompanhar e... almoço tratado para o resto da semana!







quarta-feira, 21 de maio de 2014

Provas Finais

Mais um ano letivo e mais uma vez chegámos à fase das chamadas Provas Finais de Ciclo, ou Exames se quisermos simplificar.
De Norte a Sul do país, alunos, pais, professores e toda a comunidade escolar estiveram envolvidos nas provas, de forma mais ou menos direta.
As opiniões divergem, ou não fossem elas exatamente isso: opiniões.
Um pouco por todo o país se ouvem pais a reclamar que não há condições. Não se percebe porque é que os alunos que não têm que realizar provas têm de ficar em casa. A escola deveria ficar com todos os alunos. Há ainda os que têm mesmo coragem de perguntar onde vão deixar os filhos nestes dois dias em que decorrem as provas.
É nesta altura que começo a ficar nervosa e como tal também quero manifestar a minha opinião!
- Em primeiro lugar há que tomar consciência que o espaço ESCOLA não é um depósito de crianças onde estas ficam enquanto os pais vão trabalhar. É um local onde se pretende formar futuros cidadãos a quem o país será entregue.
- Em segundo lugar os pais têm que colocar a mão na consciência e pensar se no dia em que os seus filhos vão também ser sujeitos a exame, sim porque também vai chegar a hora deles, querem outros alunos aos pulos e aos gritos na escola.
- Em terceiro lugar não devem estar preocupados com o facto de os seus educandos não terem aulas, mas antes questionarem-se porque é que se chamam Provas Finais de ciclo e decorrem antes do ano letivo terminar. Se calhar é este o maior problema! (digo eu que nem percebo muito do assunto!)
- Em quarto lugar, e agora vou ser um pouco mais "picuinhas". Qualquer escola onde decorrem exames depara-se com um movimento que quem está de fora não tem muita noção. Assim, para evitar confusões, vou procurar explicar. Dos professores que fazem parte da escola há um grupo que fica responsável pelo chamado secretariado de exames. Estes, tal como o nome indica, não poderão estar com os alunos no dia dos exames, pois estão responáveis pela parte burocrática. Depois há que saber que para cada sala onde decorrem os exames têm de estar presentes dois professores vigilantes e convém (vá se lá saber porquê) que não lecionem a disciplina da prova que estão a vigiar. Ora, lá se vão mais uns quantos que não podem estar a dar aulas nesse dia.
Não podemos esquecer os alunos especiais e que ficam sozinhos numa sala a realizar as ditas provas, mas que também têm que ser vigiados por 2 professores. Ah pois é! Dois professores. Porquê? Não vá algum procurar dizer o que não deve.
Ora quanto maior o número de alunos que a escola/agrupamento tem, maior o númeor de professores necessários para vigiar. E claro que os imprevistos acontecem e há necessidade de ter professores suplentes.
Depois há toda a questão logistica. Se as salas estão ocupadas com alunos a fazer exame não podem estar ocupadas com alunos a ter aulas. (Não me parece dificil de comprrender).
- Por último, e porque já estou cansada de ter uma legenda em cima de mim a dizer que é só boa vida, coloco a questão: se ser professor é tão bom e há tão boa vida (pelo menos na boca de umas quantas pessoas que conheço e outras que não mas que pensam da mesma forma) porque é que não escolheram essa profissão?

E por agora chega de opinião. Qualquer dia explico a vida de um professor...quando fizer uma pausa na boa vida!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Receita de Páscoa


Ingredientes: 
Fé, Paz, Perdão, Alegria, Paciência e Perseverança

Modo de fazer:
Mistura num recipiente bem lavado da tua alma, chocolate, perdão e alegria. Deixa em banho-maria até que todas as mágoas e rancores sejam purificados. Espera que arrefeça e polvilha com perseverança, paciência e despeja no teu coração.
Prepara o teu bombom preferido com recheio de paz e felicidade.
Desenforma e coloca dentro do coração os bombons, embrulhados com papel celofane transparente, de amizade verdejante de esperança. Ata com fitas prateadas de carinho e envia para todos, até para quem não te entende.
É tempo de redenção.


Feliz Páscoa.

sábado, 1 de março de 2014

Peripécias carnavalescas, ou não...

Hoje lá na escola, entre diabos (uns mascarados, outros dispensavam a máscara), prisioneiros, princesas, homem aranha, zorro, espanholas... e sei lá mais o quê, lá se organizou uma espécie de baile para os mais novos. Ora pois tá claro que isto da dança ou se tem jeito ou nem por isso. (Os nem por isso ganham!).
Enquanto uns apresentam as suas habilidades dançarinas outros preferem continuar com as suas habilidades diárias.
Às tantas lá acontece a peripécia do costume, aquela a que nos habituámos diariamente a presenciar.
- Professora ele bateu-me.
- Então e porque é que lhe bateste?
- Porque ele me bateu primeiro.
Ora assunto resolvido. Nem sei porque se queixam. Enfim... mais uns quantos a dar uso ao muro das lamentações.
Como desvalorizei a situação, o queixoso seguiu viagem e à moda de João Pinto, atira-se para o chão, fica a agarrar a perna e chora desalmadamente. Lá vou ter com ele, dou-lhe a mão e digo:
- Despacha-te a levantar que está outro para cair!
O choroso, perde as lágrimas que já não existiam, a cabeça parece uma andorinha a olhar em todas as direções e levanta-se ainda mais depressa do que o que caiu. (Não fosse alguém cair em cima dele).
E segue feliz e contente para a brincadeira.
Nada como a frase certa no momento exato!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

E a chuva continua...

É definitivamente oficial: o S. Pedro não nos quer dar tréguas!
Diariamente assistimos aos resultados que a mãe natureza nos dá em consequência da água que teima cair.
Fascinados, ao mesmo tempo que estamos assustados com o desenrolar dos acontecimentos, vamos ficando pregados às imagens que abrem as notícias, às imagens e pequenos vídeos que aparecem na internet e vamos comentado.
Na verdade, e por mim falo, volta e meia ainda dá para nos rirmos de algumas situações "ridículas".
Aviso: não se aproximem da costa. O mar está perigoso.
E depois lá assistimos a uma reportagem em que mal se vê o mar, tal é a multidão que decidiu sair de casa para ir ver o espetáculo de ondas gigantes, ou encontramos umas fotos na net que mostram o quanto corajosas são as pessoas em estar no areal à espera que as ondas as brindem:
"ah e tal os azares só acontecem aos outros".
E sai um banho de água salgada!
E vai dando para rir com a desgraça alheia.
A chatice é quando nos deparamos com o problema de perto.
No caminho para a escola, ao longo desta semana, a estrada foi desaparecendo.
Na segunda, à conta do S. Pedro, a água era tanta que o único sítio transitável era mesmo no meio das faixas de rodagem, ou seja, na famosa faixa do meio numa estrada com duas faixas. A água descia das encostas já sem capacidade para absorver o que quer que fosse, quando mais a incontinência do S. Pedro.
Na terça descobri que em determinada zona até passava um ribeiro (nos outros dias). Pois acabou por decidir abandonar o leito e brindar o pomar à sua volta, ao ponto de apenas os ramos das árvores ficarem à vista de quem passava na estrada. "Ah... afinal aquilo era um ribeiro?!"
Na quarta escapei da viagem para a escola, mas na quinta apercebi-me que a estrada tinha encolhido. Numa das zonas ficou reduzida a uma faixa.
E pronto, na sexta, lá me armei em repórter de trazer por casa e rezei para que não fosse perseguida por nenhum carro e é este o resultado:
A terra fugiu...

Aqui também...


Ups... a estrada rachou!

E está com vontade de fugir...


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Matar saudades!

Ontem foi dia de ir ao cinema com algumas ex-alunas.
Na semana passada uma delas disse-me que as colegas tinham mandado beijinhos para a ex-professora e mandavam dizer que tinham saudades. Lá agradeci e acabei por dizer que um dia teríamos de marcar uma ida ao cinema ou um lanche. 
Elas combinaram logo e na segunda comecei a receber mensagens a confirmarem a presença e outras a perguntar se era verdade.
E pronto, lá nos encontrámos ontem para uma tarde de cinema. Quando me viram, quase que me deitaram ao chão, tal foi a energia com que me abraçaram. Senti-me um pouco "desorientada" com a estranha sensação de que era o centro das atenções, mesmo de quem não fazia a mínima ideia do que ali se passava.
"Chovem almôndegas 2" foi o filme escolhido. Na rua caía uma chuvinha, volta e meia, mas no filme nem uma almôndega. Entre "Hamgueraranha", "tacossauro", "moran" entre outros "alimentanimais", lá passámos uma tarde de risota no meio de algumas cenas que de tão caricatas, para não dizer estúpidas, acabavam por nos fazer rir.
De regresso a casa, dou por mim a pensar que por pequenos momentos destes vale mesmo a pena as horas de trabalho e de falta de descanso, os ralhetes nas aulas, as constantes chamadas de atenção... 
São estes "mimos" que me aquecem o coração e relembram o orgulho que tenho em ter escolhido esta profissão.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"Vamos cantar as janeiras"

Quinta-feira, 9 de janeiro de 2014.
Os reis foram na segunda, mas as janeiras, nas localidades que mantêm a tradição, permanecem durante o mês de janeiro.
Ao longo da semana lá andei a cantarolar as "Boas Festas" com os alunos das diferentes turmas do 1.º ciclo.

Boas festas, boas festas,
nós aqui viemos dar,
a casa deste senhor
se as quiser aceitar.

Vinde dar-nos as janeiras
se vontade houver de dar
nós somos de muito longe
não podemos cá voltar.

Aqui vêm três rosinhas
quatro, cinco ou seis
se o senhor nos der licença
vimos-lhe cantar os reis.

Os três reis do Oriente
já chegaram a Belém
visitar o Deus Menino
que Nossa Senhora tem.

(Com música "Aleluia, aleluia já nasceu o Salvador")

Mas hoje foi diferente.
Hoje estive mais uma vez com os alunos da sala de multidificiência. E estes são especiais!
Têm sempre um sorriso e um carinho para nos dar. Estão sempre bem dispostos e querem sempre aprender.
É impossível ser indiferente àqueles sorrisos e olhares brilhantes.
Lá cantei as "Boas Festas" e eles lá pediram para repetir. Mas não repeti, optei por lhes cantar as janeiras, com música "Natal dos Simples" de Zeca Afonso e com uma letra improvisada, desejei-lhes um bom ano.

Venho cantar as janeiras
Venho cantar as janeiras
Aos alunos desta unidade
Pois a malta é porreira. (BIS)

Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-pan-pan-pan

Têm sempre um sorriso
Têm sempre um sorriso
Bem-dispostos estão todo o dia
Pra aprender o que é preciso. (BIS)

Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-pan-pan-pan

Quero aqui desejar
Quero aqui desejar
Um bom ano para ti ó _________ (nome do aluno)
Com musica a acompanhar. (BIS)

Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-pan-pan-pan

E lá desejei um bom ano ao Luís, à Catarina, à Lara, ao Marco, ao Jaime, à Beatriz e seria para a Inês e Duarte se não estivessem a faltar. Mas para eles também ficou o desejo de um bom ano.
No final pediram-me para cantar também para o professor que diariamente trabalha com eles, e todos juntos lá cantámos.
Depois deste pequeno espetáculo, surge o momento da improvisação. O professor propôs, eu aceitei e os alunos deliraram com a ideia. Fomos cantar as janeiras aos meninos das diferntes salas do 1.º ciclo lá da escola.
Nova improvisação da letra, e lá fomos de sala em sala:

Vimos cantar as janeiras
vimos cantar as janeiras
aos meninos desta bela sala
que a malta é porreira. (BIS)

Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-pan-pan-pan

Quero aqui desejar
Quero aqui desejar
Um bom ano para o ____ ano (1.º, 2.º, 3,º, 4.º)
Com música a acompanhar. (BIS)

Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-para-ra-ra-ri-ri
Pan-pan-pan-pan

No final regressámos à sala com um grupo de alunos especiais muito felizes, capazes de arrancar um sorriso sem esforço, até ao "Gru, o maldisposto".

(Infelizmente as inprovisações têm destas coisas: não estarmos preparados para registar o momento. Mas na minha cabeça ficarão guardados os sorrisos e olhos brilhantes destes meninos).

E são estes pequenos momentos que me fazem vibrar e adorar cada vez mais o que faço. São estes pequenos momentos e estes sorrisos que me fazem ver a vida com outros olhos. O maior dos problemas não é nada se for encarado com a coragem, alegria, boa disposição e força de vontade com que estes alunos enfrentam cada dia. Tenho muito a aprender com eles...

Obrigada pela oportunidade.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Valorize as coisas certas...

Navegue, descubra tesouros,
mas não os tire do fundo do mar,
o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela,
mas não queira trazê-la pata terra.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe.
Elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr para toda a parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva,
ela quer cair e molhar muitos rostos,
não pode molhar só o seu.
Quem você ama?
Guarde dentro de um porta-jóias,
tranque, perca a chave!
Essa é a maior jóis que você possui,
a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda,
se o século vira.
Conserve a vontade de viver...
Sem ela, não se chega a parte alguma...
Abra todas as janelas que encontrar
e as portas também.
Persiga um sonho,
mas não deixe ele viver sozinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.
Dá um sorriso para quem esqueceu
como se faz isso.
Olhe para o lado,
alguém precisa de você.
Abastea seu coração de fé,
não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos
e faça tudo para realizá-los.
Procure os seus caminhos
mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se se for preciso...
por que não?
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado,
comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudade, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
Circunda-te de rosas...
Ama...
Bebe...
E cala...
O mais é nada.

(Texto atribuído a Fernando Pessoa)