O pior dia da semana! É sempre complicada. Sono desorganizado, síndrome de início de semana, stress pós fim de semana (que é tão pequeno que se atreve a começar pela palavra fim) e frio, muito frio!
Mais uma segunda-feira. Esperava-se calma, pois é dia de colocar os alunos a fazer teste. (O stress vem depois, com a correção do teste e a descoberta que ninguém nos ouve durante as aulas).
O despertador toca. São 7h10! (Grrrrrrrrr) Mas que chatice entrar às 8h20 à segunda-feira! (Pensamento positivo do dia: já deste aulas numa escola em que entravas às 8h00!) É melhor levantar logo, que o sono é tramado à segunda. Mal saio debaixo dos lençóis ocorre-me um pensamento pouco positivo: não devias sair da cama, hoje! (Porquê? Não sei.) Está um frio que não se pode.
Corro para o chuveiro, ao menos a água está quente. Duche rápido, que não há tempo para demoras. Saída do chuveiro e novo pensamento negativo: devias ter ficado na cama! (Porquê? Não sei.)
Lá me despacho, mais rápido do que o normal. Deve ser do frio. Saio de casa, tomo a minha bica matinal e lá me ponho no carro.
Bolas! Gelo no para-brisas. Que bom! Água para cima e escovas a trabalhar.
Ok, vamos lá seguir viagem.
Pelo caminho a mesma sensação estranha de que não devia ter saído da cama, o melhor mesmo era estar a dormir. Aí "sempre corremos o risco" de ter uns sonhos fantásticos e esquecer o que nos chateia.
Aos poucos descubro que alguém se deu ao trabalho de espalhar farinha nos campos cultivados e por cultivar. Tudo branco! Definitivamente, não devia ter saído da cama. E ocorre-me um novo pensamento: tudo branco e a escola não tem aquecimento. A minha sala não apanha sol em todo o dia! Brrrrrrrrrr!!!!!!!
E é neste momento que...
Ai que saudades da escolinha dos Capuchos! Aquela escolinha onde tinha que desligar metade do aquecimento da sala e era obrigada a dar aula com a janela aberta porque morria de calor. Aquela escolinha onde os alunos estavam sempre curiosos em saber mais. Onde os alunos faziam 100% de silêncio sempre que queria expor um conteúdo novo. Onde todos nos recebiam com um sorriso no rosto. Onde os alunos que não eram meus me cumprimentavam e alguns até me tratavam pelo meu nome próprio, nunca faltando ao respeito. Onde as auxiliares paravam para nos dar dois dedos de conversa. Onde... ai que saudades!
Saudades da escola, dos meus ex-alunos fantásticos, inteligentes, curiosos, refilões q.b., meigos, brincalhões... saudades dos colegas de trabalho, das histórias partilhadas, das trocas de experiências, das trocas de materiais, das anedotas... saudades das auxiliares que tinham sempre um sorriso para nos mostrar, mesmo nas manhãs frias como a de hoje. Saudades...
E lá sigo viagem, pela estrada ladeada de branco, a sentir um aperto no coração, um vazio que me atormenta e a triste sensação que há dias que não devíamos mesmo sair da cama, melhor dizer, nem acordar. Dormir e sonhar com o que é bom!
Na cabeça um turbilhão de ideias, no coração uma tristeza inexplicável, ou talvez explicável, não sei...
É segunda-feira!
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