A letra da canção diz "é sexta-feira yeh", eu fico-me mesmo por "segunda-feira, oh não!".
Mais uma segunda-feira, gelada, esbranquiçada e ainda por cima constipada.
Começo o dia a pensar de devo ou não sair da cama... resultado, não devia mesmo ter saído da cama, ponto!
O frio que se fazia sentir fora dos lençóis chegava aos ossos e congelava-os, mas eu, cheia de coragem, lá decidi enfrentá-lo. Despir o pijama foi uma carga de.. frio! E um novo pensamento me salta: não devias ter saído da cama. (Vá se lá saber porquê! Drama de segunda-feira, definitivamente.)
Lá me despacho, olho para o relógio e penso: "bolas, deve ser do frio, despachei-me muito depressa."
Saio de casa e paro no café da esquina para uma bica matinal, pois é preciso energia, é que acordar eu acordei, graças ao calor estranho que se fazia sentir.
Lá me ponho a caminho da escola, a conduzir de casaco vestido, que é uma coisa que dá imenso jeito, e a rogar pragas ao frio... Novo pensamento: "é pá, não protestes que já ameaçam chuva para o final da semana e dessa, tu ainda gostas menos." (Espírito protestante sempre em força, se faz frio é porque faz frio, se chove é porque chove, mas se está calor... não apetece fazer nada.)
Começo a descer o vale em direção à aldeia onde fica a escola e reparo, mais uma vez, que alguém andou a espalhar farinha pelos campos... ups e na estrada também. Foi uma viagem e peras, para não dizer pior... Outra curva e a estrada branca, pensamento instantaneo: "se isto continua ainda tens de comprar correntes para andar no gelo!" Fantástico ainda ontem alguém me dizia que o frio nas Caldas era muito melhor de suportar do que em Leiria. Piadas! Em Leiria nunca apanhei gelo na estrada.
Lá continuo a viagem para a escola, com a estrada branca, os campos brancos e eu... também! É que volta e meia a traseira do carro lá dava de si e deslizava, no gelo, que era um mimo. Pronto lá deixava eu o acelarador e o travão em descanso e esperava que o carro parasse quando lhe apetecesse. Sorte que não vinha ninguém de frente. Pudera! Com o calor estranho que se fazia sentir, sair de casa e ver tudo branco, os inteligentes voltam para a cama... os necessitados, como eu, têm mesmo que ir trabalhar.
E qual era o pensamento que batia na minha cabeça? "Não devias ter saído do vale dos lençóis!"
Chego à escola e dou graças a Deus por o meu carro estar a chegar à adolescência e não ter termómetro, assim que oiço os colegas a falar: "Pois isto hoje é uma desgraça, pelo caminho apanhei -4; -3; aqui está -1,5." É que se o meu carro tivesse termómetro eu tinha dado meia volta e regressado a casa, assim não, lá fui trabalhar, numa sala congelada, onde nem tive coragem de despir o casaco nem de mandar os miúdos tirarem os gorros. Que me mandem prender!
À hora do almoço começa a doer-me o corpo, uma sensação estranha no pescoço, braços, pernas...até parecia que tinha dado uma valente queda por causa do gelo. E frio? Ainda mais! Dei-lhe com um comprimido, daqueles que o médico me disse que qualquer dia ganho uma ulcera no estômago porque são demasiado fortes e eu respondi-lhe que era o único que fazia efeito e até à data o estômago não se tinha queixado. (Espero que assim continue que isto já não vai com pastilhas fracas).
E lá fui dar mais duas horinhas de aulas! O que vale é que os miúdos estavam em dia sim e foi uma beleza.
A caminho de casa, demorei mais que o costume, pois nestes dias tudo de mau acontece: primeiro jipe da GNR à frente (lá tive que cumprir o famoso limite de 50), depois camião carregado de lenha e o percurso era a subir. Vais em segunda que não dá mais.
Chego às Caldas, olho para o telemovel , mensagem daquelas que nos abanam e nova sensação que não devia ter saído da cama. Então lembro-me do outro: há dias de manhã que um homem à tarde, não devia sair à noite!
E verdade seja dita, se isto não melhora... cheira-me a choco no final das aulas e nas férias!
O que me passa pela cabeça? Só me apetece gritar!!!!!! (Mas acho que os vizinhos não iam gostar, logo terei que pensar noutra estratégia.)
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